Acordar cedo, se
arrumar, ir para a escola, depois para o Inglês, saindo do curso ir para o
futsal, natação ou ballet, depois ir para a aula de reforço, chega em casa e fazer a tarefa, estudar para a prova...
Está cansado só em ler? Imagina uma criança fazer tudo isso sem nem ter
completado o ensino fundamental. Infelizmente essa é a
rotina de muitas crianças. Muitos têm o dia mais pesado que muitos empresários.
Muitas famílias querem preparar seus filhos para um mundo globalizado e
competitivo e não tem nada de errado nisso, porém é preciso refletir se a criança
está preparada para uma semana tão atarefada.
Concordo que é
importante que as crianças façam atividades extracurriculares, entretanto, o que
é questionado e criticado nesse post é a quantidade de atividades, a quantidade
de estímulos que as crianças recebem. Vale enfatizar que é mais importante ter
poucos estímulos e com qualidade do que muitos e não conseguir fazer nenhum com
excelência. Uma criança superatarefada pode ficar desatenta, desmotivada e até
infeliz.
Mas nessa lista de
tarefas faltou uma coisa essencial e que muitos não dão valor: o brincar! Algo
tão natural na infância, tem se tornado cada dia mais distante na rotina
infantil e familiar. Ao
consultar o dicionário nos deparamos com vários significados para a palavra
brincar, sendo que praticamente todos passam a ideia de lazer, distração,
diversão. Pode-se sintetizar que brincadeira é o lúdico em ação. Brincar é
importante em todas as fases da vida e deve ser algo muito presente em nossas
vidas, ou pelo menos deveria ser.
O
ato de brincar não significa somente recrear, mas sim desenvolver-se
integralmente. Através da brincadeira a criança se comunica com o mundo e
desenvolve capacidades importantes como a atenção, memória, imitação,
motricidade, desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade,
sociabilidade e criatividade. Através do brincar também se efetiva a
compreensão de regras, a compreensão e empatia em relação ao outro, a
expressividade, o respeitar e discordar de opiniões.
Vygotsky
define que “as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo,
aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e
moralidade”. (Vygotsky, 1991, p. 144)
Em
entrevista ao Instituto Allana, Ana Lúcia Villela, mestre em Psicologia da
Educação pela PUC de São Paulo, defende a importância de se viver cada etapa da
infância, onde se acontecer de pular essas etapas primordiais ao
desenvolvimento infantil, a criança não consegue ser um ser humano completo.
Não brincar o quanto deveria brincar, não vivenciar o que deveria vivenciar
dificulta o desenvolvimento das capacidades de um adulto saudável.
Vale
ressaltar a importância de a família estar junta, brincar junta. A criança se
sente valorizada, amada, motivada, estreita o laço familiar, além de auxiliar
no desenvolvimento afetivo e cognitivo da criança. Uma conversa, um abraço, um
filme juntos, aprender a brincadeira do filho e você ensinar as brincadeiras da
sua infância. São essas coisas que ficam marcadas, enraizadas na mente da
criança. Pais, curtam essa fase! O tempo é ligeiro e quando menos se espera o
seu filho já está educado para o mundo, já é adulto. E o que resta? São as
lembranças de tudo o que se viveu.
Então,
vamos brincar?
Aline Sant'Ana
Pedagoga
Estudante de Psicopedagogia
Oi Genis!
ResponderExcluirExcelente post. Fico muito preocupada com o brincar. Só não entendo o porquê das escolas, de um modo geral, estarem na contramão disso.
Beijo!
Excelente contribuição! Parabéns Genis e Aline. Bjs.
ResponderExcluirOi Genis!
ResponderExcluirGostei muito do texto!
Também acho muito importante a criança não ter muitas atividades extracurriculares pra poder ter tempo pra brincar.
Nem gosto quando tem muitas tarefas... acho que tudo tem que ter um equilíbrio, pois as crianças precisam dessa dinâmica do brincar pra crescer feliz, saudável, com boas lembranças da infância.
Beijos.