Olá famílias,
Entender o choro do bebê não é uma tarefa fácil mesmo para as mamães mais experientes. Quando José Marcos tinha poucos dias de vida saímos de madrugada para o hospital, porque não sabíamos o que fazer para ajudá-lo, pois o choro não cessava. O choro de um bebê é sempre perturbador. Quando ele chora
porque está sentindo cólica, é ainda mais estridente, inconsolável e pode durar
mais de três horas. Essa situação parece um pesadelo para os pais exaustos com
a mudança de rotina que um bebê provoca nos primeiros meses de vida. No
entanto, “é uma condição normal e transitória”, tranquiliza a pediatra
Priscilla Pereira. A cólica “é causada por um espasmo ou contração intestinal
benigna e a tendência é que diminua gradualmente após os três meses de vida”,
explica a especialista.
Algumas dicas são importantes para identificar se o chorinho do bebê é devido à cólicas, pois os sinais são claros e
podem ser identificados facilmente, basta prestar atenção ao tipo de choro e
nos movimentos que ele executa com o corpinho. Se for cólica, costuma
apresentar o seguinte comportamento:
- Choro intenso, estridente e agudo, inconsolável, que dura cerca de três horas.
- Repuxa as perninhas e arqueia as costas para trás, repetidas vezes.
- Melhora depois que faz pum ou cocô.
As cólicas podem surgir a partir de duas semanas após o
nascimento e durar até o terceiro ou quarto mês de vida. Segundo Giselle
Januzzi Zequi, médica pediatra e neonatologista, “o choro e a irritabilidade
sem causa aparente, com duração de três ou mais horas por dia, acontece em pelo
menos três dias da semana, por uma a três semanas seguidas, num bebê normal”.
Pode ser intolerância à lactose!
A intolerância à proteína do leite (lactose) é uma das
possíveis causas das cólicas dos bebês. Somente um pediatra poderá fazer a
investigação adequada para descartar essa hipótese ou tratar adequadamente o
problema.
“Se houver comprometimento do peso, sangramento nas fezes,
sintomas respiratórios, constipação intestinal, especialmente em bebês que
estão usando fórmula láctea, é preciso considerar que pode ser alergia à
proteína do leite de vaca”, afirma a pediatra e neonatologista Giselle Januzzi
Zequi.
O que fazer para melhorar?
Para ajudar, pense apenas que bebês sempre choram e procure
não se desesperar com isso, buscando alternativas para aliviar o desconforto.
Tente aplicar algumas das dicas a seguir. Algumas crianças se acalmam com banho
quentinho, outras quando são massageadas. Para acabar com o sofrimento, vale a
pena tentar!
Enroladinho – Se estiver se movimentando muito,
irrequieto e agitado, tente enrolá-lo em uma manta ou cueiro. Ao reduzir os
movimentos, o bebê sente como se estivesse protegido, lembrando de como estava
dentro da barriga.
Barriga para baixo – Coloque-o com o abdômen para baixo
nos braços, de forma que fique apoiado no seu antebraço e sua mão possa ficar
em contato com a barriga do bebê. Nessa posição, chamada de “aviãozinho”, o
abdômen fica levemente pressionado e é possível fazer uma massagem suave na
barriguinha.
Barulhinho bom – Sons repetitivos também acalmam os
bebês. Tente cantarolar uma cantiga bem calminha ou emita sons no ouvidinho,
como se estivesse imitando uma chaleira, por exemplo.
Massagem antigases – Com as mãos em forma de concha,
faça movimentos circulares, bem lentamente, partindo da base da costela em
direção ao púbis, fazendo leve pressão. Use creme ou óleo para deslizar melhor.
Exercício com as pernas – Deite o bebê de barriga para
cima e, segurando em suas perninhas, estique e flexione os joelhos, de forma
que a coxa pressione levemente a barriguinha. Alterne as pernas durante o
movimento, como se estivesse andando de bicicleta.
Compressa quente – Para aquecer a barriga, use bolsa de
água quente ou fralda aquecida no ferro de passar roupas, com cuidado para não
queimar a delicada pele do bebê. O calor dilata os vasos, aumenta o fluxo de
sangue e relaxa os músculos.
Banho relaxante – Mesmo que esteja limpinho, dar outro
banho quentinho pode ajudar a relaxar e a aliviar as dores. Além da banheira,
existem baldes próprios para banhar bebês, que deixam a criança em posição
fetal, ajudando a acalmá-la.
É importante lembrar que os bebês não devem ser alimentados
com nada além de leite materno nos primeiros meses de vida. Os pequenos que são
alimentados com leite materno recebem da mãe os nutrientes dos alimentos que
ela consome. “As mães que amamentam podem diminuir a incidência das cólicas ao
adotar uma dieta saudável, rica em frutas e legumes”, recomenda Priscilla. Além
de escolher os melhores alimentos, a pediatra orienta para consumir dois litros
de água por dia e evitar bebidas alcoólicas, refrigerantes e cafeína.
Para reduzir o risco, vale a pena evitar o consumo de
chocolate, chá-mate, chá-preto, chá-verde, alimentos ricos em enxofre (repolho,
couve-flor, brócolis), alimentos industrializados que contenham corantes e
conservantes, excesso de açúcares e leguminosas (feijão, lentilha, etc.). Foi exatamente o que fizemos por aqui, mudei toda a alimentação para evitar as cólicas em José Marcos e deu certo.
Para diminuir os gases, Flávia indica que a mãe consuma chás
digestivos, como o de camomila, erva-doce e de hortelã, “pois favorecem a
digestão e, consequentemente, evitam a formação de gases”.
Não há remédio?
Alguns medicamentos antigases são comumente receitados pelos
pediatras, como dimeticona ou simeticona, mas podem não resolver totalmente o
problema. “Atualmente, os estudos estão mostrando bons resultados com
probióticos, mas ainda precisa de mais pesquisas”, revela a pediatra Giselle.
Busque orientação do pediatra antes de oferecer qualquer
medicamento ao bebê. Ninguém melhor do que o especialista para indicar a
conduta mais adequada para enfrentar essas crises.
Texto: Renata Raposo / Programa ESCOLAS DO BEM (algumas adaptações feitas por mim)
Fontes:
Flávia da Silva Santos, professora do curso de Nutrição da
Faculdade Anhanguera de Niterói, RJ
Giselle Januzzi Zequi, médica pediatra e neonatologista
Priscilla Pereira, pediatra chefe da clínica Doktor’s (www.doktors.com.br)
Meu bebê sente muita cólica, achei seu blog por acaso e o considero o melhor até agora. Vou seguir os conselhos do pediatra do meu filho e dar para ele um medicamento antigases.
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